Estudos mostram que em dois terços dos casos de problemas ortodônticos, se tratados durante os picos de crescimento, as chances de êxito ao final são bem maiores.

A infância é caracterizada por ser uma fase de rápido crescimento, e essas mudanças são percebidas tanto no corpo e face, como também na progressiva erupção dos dentes. As complexas modificações por que passam os diferentes segmentos corporais do indivíduo nas distintas fases da vida orientam os profissionais para tipos diversos de tratamentos, com aparelhos ortodônticos ou ortopedia adequada ao caso, visando a um propósito favorável da correção.

Segundo a ortopedista Dra. Márcia Pasquarelli Betman, aos profissionais compete uma supervisão periódica destas fases, a fim de prevenir ou interceptar desvios de normalidades incipientes que, se não tratados precocemente, poderão evoluir para displasias esqueléticas de maior ou menor gravidade.

Estudos mostram que dois terços dos casos tratados ortodonticamente incluem tipos de más oclusões em que o crescimento e desenvolvimento no crânio facial desempenham papel predominante no êxito ou no fracasso da mecanoterapia. Para isto é necessário que utilizem os momentos de maior pico de crescimento individual.

A idade cronológica, altura, peso, idade dentária e idade óssea são indicadores do nível de maturação de um indivíduo. Aos 4 anos, 60% do crescimento facial já está completo, aos 7 anos, 70%, e aos 12 anos, 90% do total do crescimento craniofacial já se completou.

Quanto mais tarde se tratar uma alteração dentofacial, mais potencial ortopédico de crescimento de perde. Por isso, Dra. Márcia adverte: ‘’Crianças que não tem um acompanhamento do crescimento dentofacial, podem ser vítimas de anomalias e, além disso, ser alvo de ‘piadas’ quando atingem uma idade em que já existe mais convívio social’’, diz.

Segundo a ortodontista, o ideal é fazer um acompanhamento periódico, desde a fase pré-escolar da criança, assim como é feito com o médico pediatra para a saúde geral. Um acompanhamento ortodôntico consiste em uma monitoração voltada ao crescimento e desenvolvimento da face e de suas características morfológicas e suas funções, tais como mastigação, respiração, deglutição e fonação, entre outras.

“Com esta filosofia de trabalho, hoje monitoramos os nossos pacientes precocemente, além de termos um protocolo de acompanhamento, pois a saúde bucal precisa ser cuidada em todas as outras fases de nossa vida”, diz.

(DENTUÇO, dente de coelho, dente para frente, queixudo, BOCA TORTA, dente apinhado, remontado, encavalado.... Não passa de denominações populares e pejorativas, usadas para dar nome a um único problema: a MÁ OCLUSÃO.)